quinta-feira, 12 de abril de 2012

Musica Eletrônica Parte 3






Década de 1960 e 1970: sintetizadores pessoais e a música popular



Devido à complexidade em compor com um sintetizador ou computador, a maioria dos compositores continuava a explorar a música eletrônica usando o música concreta ainda na década de 1960. Mas como tal estilo não era gracioso, alguns compositores iniciaram pesquisas para melhorar a tecnologia nesse sentido, levando a três times independentes buscando o desenvolvimento do primeiro sintetizador pessoal.

O primeiro desses sintetizadores foi o Buchla, aparecido em 1963, produto do trabalho do compositor Morton Subotnick. Outro sintetizador foi o criado por Robert Moog, sendo o primeiro a usar um teclado ao estilo de piano.

Em 1964 Moog convidou o compositor Herb Deutsch para visitar seu estúdio em Trumansburg. Moog já havia encontrado-se com Deutsch um ano antes, ouvido sua música, e decidido seguir a sugestão do compositor para a construção de módulos para música eletrônica. Na época de visita de Deutsch, Moog já havia criado protótipos de osciladores controlados, equipamento que Deutsch usou por um tempo, e posteriormente Moog criou um filtro controlado por voltagem. Moog então foi convidade para a Convenção AES em Nova Iorque no qual apresentou o artigo "Electronic Music Modules" e vendeu seu primeiro sintetizador ao coreógrafo Alwin Nikolais.



Em 1964, Stockhausen compôs Mikrophonie I para tam-tam, microfones de mão, filtros e potenciômetros. No ano seguinte foi composta Mikrophonie II para coro órgão Hammond e moduladores.




Minimoog Voyager, um sintetizador analógico




Adoção pela música popular


Apesar da música eletrônica ter começado nas ramificações da composição clássica, após alguns anos ela foi adotada pela cultura popular. Um dos primeiro exemplos é o tema para televisão do seriado Doctor Who composto por Delia Derbyshire, em 1963.

No final da década de 1960 Wendy Carlos popularizou a música de sintetizador com os dois notáveis álbuns, Switched-On Bach e The Well-Tempered Synthesizer, que reproduziram peças de J. S. Bach usando o Moog. O equipamento gerava somente um nota por vez, então para gerar a composição Carlos teve que sobrepor as gravações em um amplo trabalho de estúdio. As primeiras máquinas também eram bastante instáveis, e perdiam a afinação com facilidade. Apesar disso, muitos músicos como Keith Emerson do Emerson Lake and Palmer começaram a usar os equipamentos, inclusive em turnê. O teremim, que é extremamente difícil de ser executado, foi também usado na música popular. O teremim elétrico foi usado em "Good Vibrations" do The Beach Boys. Já os Beatles usaram o mellotron em "Strawberry Fields Forever" e o pedal de volume em "Yes It Is".

Assim que a tecnologia evoluiu e os sintetizadores tornaram-se mais baratos, foram sendo adotados por várias bandas de rock, tais como The Silver Apples e Pink Floyd, usando os equipamentos como substitutos ao órgão.





Krautrock e jazz fusion


Na década de 1970 o estilo eletrônico foi revolucionado pela banda alemã Kraftwerk, que usou a eletrônica e robótica para simbolizar a alienação então atual do mundo em relação a tecnologia. Outras bandas contemporâneas e contemporâneas que também incorporaram o som eletrônico à música popular e principalmente ao rock incluem Tangerine Dream, Can, Neu! e Popol Vuh. Tal movimento acabou sendo pejorativamente chamado pela imprensa inglesa da época como krautrock (uma referência ao apelido sauerkraut dos alemães, que significa chucrute, um prato tradicional daquele país), mas acabou sendo aceito pelo tempo devido à grande influência de tais bandas.


O Kraftwerk em concerto


Alguns pianistas de jazz como Herbie Hancock, Chick Corea, Joe Zawinul (Weather Report) e Jan Hammer (Mahavishnu Orchestra) começaram a usar os sintetizadores em gravações de jazz fusion entre 1972 e 1974. As gravações I Sing the Body Electric de Weather Report e Crossings de Herbie Hancock usaram sintetizadores para efeitos de som em contraste de somente um substituto ao piano.

A composição para Forbidden Planet, por Louis and Bebe Barron, foi completamente composta usando o teremim em 1956. Assim que os sons eletrônicos tornaram-se mais populares nas composições, outros filmes de ficção científica como Blade Runner e Alien passaram a depender no efeito de ambiente formado por tais instrumentos.


Continua...

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